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Quelóide: causas, influências e tratamentos

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“O que causa quelóide? Nunca tive problema com cicatrização, e agora um corte deu quelóide... O que posso passar para diminuí-lo? O emocional pode influenciar nessa formação?”

O reparo dos tecidos é um processo complexo, que envolve a interação de diversas células e substâncias químicas do organismo. O processo de cicatrização ocorre essencialmente em 3 etapas:

1. Inflamação,

2. Formação de tecido de granulação e deposição de matriz extracelular e

3. Remodelação.


Difícil? Então vamos à simples definição do minidicionário da língua portuguesa: “Cicatrização: Formação de cicatriz; recomposição dos tecidos após um ferimento”. Portanto, após qualquer lesão, o organismo inicia um processo de reparação, que resulta na formação de uma cicatriz. Quelóides são resultantes de variações do processo de cicatrização normal das feridas. São formados pelo acúmulo de matriz extracelular, especialmente de uma proteína denominada colágeno. A matriz extracelular é o material que envolve as células. É formada por água, eletrólitos e proteínas e tem aspecto semelhante a um gel.
A formação de quelóides pode decorrer de qualquer agressão ou lesão tecidual em indivíduos que possuem pré-disposição. Exemplos dessas lesões são cirurgias, queimaduras, traumatismos, infecções cutâneas, cortes e picadas de insetos. Podem também resultar de vacinação, acne e até mesmo de tatuagens e piercings.

Existem diversos fatores que podem influenciar o processo normal de cicatrização: idade, estado nutricional, ocorrência de outras doenças, uso de medicamentos, presença de infecções, localização da ferida, entre outros. A maior idade está relacionada a uma série de alterações no organismo, contribuindo para a maior ocorrência de feridas permanentes nos idosos. No que diz respeito à nutrição, as proteínas, vitaminas A, B e C, água, zinco, ferro, cobre e manganês são fundamentais para o processo de cicatrização. Além disso, a presença de infecção pode atrasar o processo de reparação, aumentando a formação de tecido cicatricial. O desenvolvimento dos quelóides parece estar relacionado a componentes genéticos e hereditários. Portanto, não há relação primária com o componente emocional.
O quelóide pode ser confundido com a cicatriz hipertrófica. Ambos são compostos por tecido fibroso denso e aparecem como placas ou nódulos lisos, firmes e protuberantes. Porém uma cicatriz hipertrófica é limitada à área do trauma, enquanto um quelóide ultrapassa os limites das lesões e não tendem a regredir.
Existem diferentes tratamentos para quelóides descritos na literatura, porém não há um consenso acerca da efetividade e da melhor opção. Nos estudos analisados, os seguintes tratamentos foram encontrados: remoção cirúrgica, crioterapia (tratamento baseado na redução da temperatura corporal), laser (585 nm), pressão e injeção local de antiinflamatórios esteróides e 5-fluorouracilo. Dentre os tratamentos pós-cirúrgicos são citados radioterapia, injeção de antiinflamatórios esteróides, uso tópico de imiquimode 5% creme e irradiação. A massagem foi citada apenas para redução de prurido e dor, dependendo da localização, idade e características da lesão. Para o uso tópico, o gel de silicone (polímeros de polisiloxano) e a aplicação de citrato de tamoxifeno a 0,1% obtiveram resposta positiva. O tamoxifeno pode inibir a proliferação de fibroblastos produtores de matriz extracelular, representando uma opção para o tratamento de quelóides e cicatrizes hipertróficas. É disponível, ainda, para uso tópico pomada contendo colagenase, que é uma enzima que pode quebrar as moléculas de colágeno. Ela facilita o processo de cicatrização e promove a limpeza das áreas lesadas, retirando ou dissolvendo necroses e crostas. Esse medicamento pode ser útil no início do período cicatricial, ajudando e até mesmo evitando alterações do processo de cicatrização, como cicatrizes hipertróficas e quelóides.
Vale lembrar que é essencial consultar o médico para o diagnóstico correto e escolha do tratamento mais adequado!

Referências:

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