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Omeprazol

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“Qual o risco do uso contínuo de omeprazol?”

O omeprazol é um medicamento indicado principalmente para úlceras no estômago e intestino, inflamação do esôfago, refluxo gastroesofágico e síndrome de Zollinger-Ellison (doença decorrente da produção excessiva de gastrina, uma substância que estimula a secreção de ácido pelo estômago).

Este medicamento atua inibindo permanentemente a atividade da enzima que controla a secreção de ácido no estômago. Quanto maior a dose administrada, maior será a inibição e, conseqüentemente, menor será a secreção de ácido. Após interromper o uso do omeprazol, a secreção de ácido retorna em 4 ou 5 dias, devido à produção de novas moléculas da enzima.

O uso contínuo do omeprazol resulta em uma redução da acidez estomacal, podendo interferir na digestão de alimentos e na absorção, distribuição, metabolização e eliminação de outros medicamentos utilizados juntamente com o omeprazol. Em pacientes muito debilitados, pode gerar uma pneumonia nosocomial (infecções do trato respiratório inferior, diagnosticadas após 48 h da internação do paciente em hospital). Além disso, dependendo do grau de redução da secreção ácida, os pacientes podem desenvolver crescimento anormal de bactérias e vírus na mucosa gástrica devido a alterações no sistema imunológico.

O tratamento prolongado com omeprazol diminui a absorção de vitamina B12 em pacientes idosos ou com Síndrome de Zollinger-Ellison. Está associado também ao aumento do risco de osteoporose/osteopenia (diminuição da massa óssea) e fraturas ósseas no quadril, punho e coluna vertebral, com o uso contínuo por mais de cinco anos. Isso ocorre devido à possível alteração na absorção de cálcio. Entretanto, a Associação Canadense de Gastroenterologia (CAG) acredita que não é necessário cuidado especial com este medicamento devido ao risco de fraturas de quadril.

O omeprazol pode reduzir o nível de magnésio no sangue (hipomagnesemia), após um ano de uso. Essa redução pode gerar efeitos como espasmos musculares, arritmias cardíacas e convulsões. Nem sempre os pacientes apresentam esses sintomas, logo, os médicos devem acompanhar o nível de magnésio nestes pacientes, principalmente se eles utilizarem outros medicamentos que podem causar hipomagnesemia, como digoxina e diuréticos.

Uma observação importante do FDA (Food and Drug Administration – agência regulatória norte-americana) é que o uso prolongado do omeprazol NÃO deve estar associado a um risco aumentado de problemas cardíacos.

Sabendo que o omeprazol é um medicamento muito utilizado, as orientações a seguir são essenciais aos pacientes, portanto, se você realmente precisa utilizar este medicamento, não deixe de seguí-las:

- As cápsulas (e/ou comprimidos) não devem ser partidas. O omeprazol é degradado pelo ácido gástrico, portanto sua formulação é adequada para que ele consiga passar integralmente pelo estômago.

- A ingestão das cápsulas/comprimidos inteiros deve ser realizada com estômago vazio, 30 minutos antes de uma refeição (geralmente café da manhã).

- Deve-se evitar o uso de bebidas alcoólicas.

- Cuidado com as interações com outros medicamentos. Exemplos: Varfarina, diazepam, ciclosporina, propranolol, fluoxetina, fluconazol entre outros podem ter sua absorção modificada e conseqüentemente, podem ter seu efeito alterado.

- Este medicamento não deve ser usado para alívio imediato da ardência, queimação ou desconforto gástrico. Antiácidos podem ser administrados neste caso, se avaliado e recomendado pelo médico.

- Não faça o uso contínuo deste medicamento por conta própria! Consulte o seu médico, para que ele avalie a necessidade do uso deste medicamento.

Referências:

  • Formulário Terapêutico Estadual – Medicamentos para a atenção primária. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Versão Outubro 2009.
  • Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica – McGraw-Hill Interamericana Editores, 9ª.ed. 1996.
  • Goodman & Gilman’s. The pharmacological basis of therapeutics - 11th Ed. 2006.
  • Munari L, Hart D, Morrone FB. Uso de omeprazol en el hospital universitario de Porto Alegre-RS. Seguim Farmacoter. v. 2(4), 2004. Disponível em: http://www.cipf-es.org/sft/vol-02/235-243.pdf.
  • FDA U.S.A – Food and Drug Administration. Proton Pump Inhibitor drugs (PPIs): Drug Safety Communication - Low Magnesium Levels Can Be Associated With Long-Term Use. Disponível em: www.fda.gov
  • FDA U.S.A – Food and Drug Administration: Possible Fracture Risk with High Dose, Long-term Use of Proton Pump Inhibitors. Disponível em: www.fda.gov
  • Amaral, S. et all. Pneumonia nosocomial: importância do microambiente oral. Jornal Brasileiro de Pneumologia. v.35(11), 2009.
  • Thomson, A et all. Safety of the long-term use of proton pump inhibitors -World Journal Gastroenterology. 2010 May 21; 16(19): 2323-2330. Disponível em: http://www.wjgnet.com/1007-9327/full/v16/i19/2323.htm.
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