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Gases intestinais: desconforto e constrangimento.

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“O que provoca os gases? Tenho muitos gases só no período da noite, por quê? O que devo fazer para melhorar?”


O acúmulo de gases (ou flatos) no aparelho digestivo, também chamado de flatulência, é um fenômeno fisiológico, ou seja, acontece naturalmente no organismo humano. Em condições normais, um indivíduo pode liberar de 7 a 20 flatos por dia. Porém, flatulência excessiva, mais de 26 flatos por dia, pode ser um sinal de doenças ou distúrbios gastrintestinais associados.

Segundo BARÚA (2009), a origem dos gases intestinais é bastante diversificada, podendo ser resultante:

- Da ingestão de ar, principalmente junto com saliva, alimentos líquidos gasosos ou não;
- da passagem de gás carbônico (CO2) do sangue para o interior do estômago ou formação de CO2 a partir da digestão de gorduras;
- da ação de bactérias presentes no sistema digestivo humano.
Os gases intestinais podem conter os gases metano (CH4), gás carbônico (CO2), nitrogênio (N2), Hidrogênio (H2), entre outros. A flatulência excessiva pode estar relacionada a diversos causas, inclusive a alguns distúrbios intestinais como:
- Intolerância à lactose: é uma dificuldade que alguns indivíduos apresentam de digerir a lactose (um carboidrato - açúcar - naturalmente presente no leite e seus derivados). Outros sintomas são dor abdominal, sensação de inchaço no abdomên, vômitos e diarréia. Pode ser tratada evitando-se o consumo de produtos lácteos. - Dificuldade de digerir outros carboidratos presentes em alimentos como brócolis, repolho, couve flor, ovo cozido ou frito, pepino, cebola crua, melão, abacate, batata doce, feijão, soja, grão de bico, lentilha, entre outros (denominados alimentos flatulentos).
- Reações adversas a medicamentos: omeprazol, antibióticos, sinvastatina, entre outros. - Infecções parasitárias, em outras palavras, presença de “vermes” intestinais: principalmente giardíase, amebíase, tricuríase.
- distúrbios emocionais: principalmente ansiedade e depressão.
- síndrome do intestino irritável: distúrbio que se caracteriza pelos seguintes sintomas mais frequentes - desconforto ou dor abdominal, constipação (prisão de ventre) e/ou diarréia, muco nas fezes, distensão abdominal e a flatulência. - Constipação (prisão de ventre).

Como as causas de flatulência são muitas e muito variadas, não é possível indicar um tratamento específico. Segue
m algumas orientações gerais, para minimizar os incômodos da flatulência:
- Evite comer e falar, pois isso pode aumentar o volume de ar ingerido e a formação de gases; - Observe se há alguma relação entre a ingestão de alguns alimentos específicos (alimentos flatulentos, leite, massas) e uma maior produção de gases intestinais. Pode-se reduzir o consumo destes alimentos. Mas, ATENÇÃO, alguns deles possuem nutrientes essenciais ao corpo humano, por isso, não se recomenda a eliminação do consumo, exceto sob orientação médica e acompanhamento com nutricionista.
- Mastigue bem os alimentos, coma devagar e tranquilamente, pois isso facilita a digestão.
- Como a digestão, à noite, é bastante lenta, dormir de “barriga cheia” não é uma boa opção. Portanto, evite comer grandes quantidades no jantar ou comer alimentos muito gordurosos e de difícil digestão. Uma má digestão pode favorecer a ação de bactérias que consomem nutrientes e produzem gases, por meio de um processo denominado fermentação.

Caso não haja melhora, PROCURE UM MÉDICO. Não utilize medicamentos sem acompanhamento médico, pois isso pode esconder ou mascarar doenças mais graves, além de poder causar reações ao medicamento indesejadas (reações adversas) como retenção urinária, constipação, diminuição da transpiração, salivação, entre outras.

REFERÊNCIAS

Intolerância à lactose
. Disponível em:
http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1022-51292002000300007&lng=es&nrm=iso&tlng=es. Link
BARÚA, R. L.
Grandes Síndromes Gastrointestinais: Flatulência (1). Rev. Gastroenterol. Perú; 2009; 29-2: 171-173. Disponível em:
http://www.scielo.org.pe/pdf/rgp/v29n2/a09v29n2.pdf

BARÚA, R. L.
Grandes Síndromes Gastrointestinais: Flatulência (2). Rev. Gastroenterol. Perú; 2009; 29-3: 262-265. Disponível em:
http://www.scielo.org.pe/pdf/rgp/v29n3/a09v29n3.pdf

BARÚA, R. L.
44 anos de avanços em etiopatogenia, diagnóstico e tratamento da Síndrome flatulência. Rev. Gastroenterol. Perú; 2010; 30-2: 148 – 152. Disponível em:
http://www.scielo.org.pe/pdf/rgp/v30n2/a07v30n2.pdf

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